Para compreender a trajetória da vida literária de Ruth Guimarães é preciso voltar no tempo, para o interior de Minas Gerais, quando da infância humilde brincava com livros de Machado de Assis na biblioteca de seu pai. “Eu tive mãe muito imaginosa e gostava muito de ler romance” disse a autora em uma entrevista para O Lince. Esse carinho pelos livros aumentava, enquanto a prática da leitura apurava sua maneira de escrever. Quando passou a frequentar as aulas de redação na escola primária, encantou as professoras com sua criatividade, que enviaram seus pequenos textos para o jornal “O Cachoeirense”, e aos 10 anos de idade Ruth via publicado suas primeiras histórias.
“Palavra que não é de povo, é palavra morta. Esta história de ter uma língua universal. O inglês universal porque tem um monte de gente que fala. Usar o esperanto e aquele, o sânscrito. Ah! O que é isso? Não tem povo que fale, não existe. O que existe é gente. Então, esse é o meu sentido, a direção da minha escrita.” Ruth Guimarães para O Lince, em 2013, um ano antes de sua partida.
Este livro Ruth Guimarães e o pioneirismo de Água funda que homenageia e festeja sua memória, é também história, crítica e interpretação de Água funda, livro que é indicado para o vestibular da Fuvest 2025/2026 e que é um dos marcos da chamada terceira geração do modernismo na literatura brasileira que, para efeitos didáticos, ficou conhecida como “geração de 45”. Ruth Guimarães e o pioneirismo e Água funda é obra destinada a todos que desejam se aproximar de Ruth Guimarães, conhecer a fundo a vida e obra da autora, o seu modo de viver e pensar a vida, a sua simplicidade e erudição, os seus contrastes, as suas referências e como aconteceu o florescer de toda a beleza de sua literatura.” Comenta Maria Amélia Moscom, presidente do Instituto Rubem Alves e responsável pelo projeto editorial do livro na Editora Paladar Cultural.
Ruth Guimarães privou da amizade de grandes nomes da literatura, como Antonio Candido, José Paulo Paes, Guimarães Rosa, Edgard Cavalheiro, Lygia Fagundes Telles, Osman Lins, Marcos Rey, Cecília Meirelles e muitos outros. Teve nove filhos com o companheiro de vida e de literatura, o fotógrafo Botelho Netto. Foi também amiga e discípula de Mário de Andrade, frequentou sua biblioteca e nela aprendeu a reconhecer fontes de pesquisa, a identificar os mestres, aprendeu técnicas de coleta, de pesquisa direta, de referência. Encadeamento, entrosamento de tradições. Aprendeu ainda mais: honestidade literária e cuidado com os sentimentos dos outros.
Organizada por seu filho, o jornalista Joaquim Maria Botelho e por seu amigo e conterrâneo cachoeirense Severino Antônio (Moreira Barbosa) conta com a participação de autores amigos de Ruth e amantes da literatura, como: Carlos Abranches, Fernanda R. Miranda, Tarcísio Bregalda, Mariana Paiva, Juraci de Faria Condé e Júnia Botelho, à frente do Instituto Ruth Guimarães junto com seu irmão Joaquim Maria Botelho, Instituto fundado para manter viva a alegria pela arte e o legado literário de Ruth Guimarães, ela, que foi membro da Academia Paulista de Letras, conta com a publicação de mais de 50 livros entre contos, romances, peças de teatro e pesquisas da cultura popular.
Também contribuiu com esta obra o presidente da Academia Paulista de Letras, José Renato Nalini, que desejou: ... “que esse denso material inspire e estimule a juventude a conhecer melhor essa encantadora figura, tão profunda quanto amorável.”
O livro foi apresentado também na Serra da Mantiqueira, que recebeu a filha Ruth Guimarães em seus braços na 3ª FLIG - Festa Literária de Guaratinguetá que homenageou a autora.
Lançamento virtual disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=yBJUXCVhC1c
AUTORES: SEVERINO ANTÔNIO E JOAQUIM MARIA BOTELHOSELO: PALADAR CULTURALISBN: 9786584584075FORMATO: 14X21 CMPÁGINAS: 164